Eduardo Cervantes Lopez, Consultor Internacional de Processamento de Aves, foi o responsável pela apresentação “Redução de Condenações e Aumento dos Rendimentos” durante o Congresso LPN de 2018.
Os frangos vivos são a matéria-prima que chega às instalações de transformação para ser transformada em carne para o nosso consumo. Por conseguinte, é de maior importância manuseá-los cuidadosamente e estar atento ao seu ambiente, de modo a reduzir o número de situações que podem contribuir para deteriorar a Qualidade de Grau A, com a qual devem ser expedidos das explorações e conservados durante o seu transporte para as plantas. Não o fazer pode resultar em danos parciais e/ou totais, que podem levar ao CONDENAÇÃO, antes do início do abate.
Introdução
Do mesmo modo, nas instalações, deve ter-se o cuidado de assegurar que os frangos vivos são manuseados corretamente durante o processamento. Este objetivo deve ser complementado por um cenário tecnológico devidamente mantido e ajustado.
Em resumo, as CONDENAÇÕES que são detectadas nas plantas são a soma dos fatores que afetam os frangos, tanto nas explorações como nas plantas.
Coloca-se a questão: Como pode este objetivo diário ser alcançado?
Conhecendo o MAPA MENTAL da parte final deste negócio.
Para recordar a seguinte reflexão: “Os olhos NÃO OBSERVAM o que o cérebro NÃO SABE” – Albert Einstein.
A seguir, serão apresentadas algumas situações observadas em várias empresas, a fim de melhor esclarecer os leitores.
Durante o Prefácio, a atenção é convidada a concentrar-se nas seguintes operações:
Jejum
Quando, por várias razões, as aves chegam à fábrica com jejum insuficiente e são abatidas nestas condições, este detalhe específico ocorre: “Como as galinhas não têm diafragma” – os humanos têm – quando são penduradas nos ganchos da esteira aérea de abate, a comida começa a ser devolvida através do esófago. Uma vez que as distâncias entre a suspensão e o abate são muito curtas, o desconforto que começam a sentir não é perceptível. No entanto, durante a sangria, esta se torna evidente. Por esta razão, observa-se que muitas das aves começam a bater as asas intensamente.
Esta situação deve-se à sensação de asfixia que sentem, porque a comida começa a exercer pressão sobre a traqueia, tornando difícil a respiração normal.
Quando esta circunstância ocorre, sugere-se ir até à saída das aves após a última depenagem, para avaliar o aspecto da cultura. Descobrirá que muitas têm comida dentro delas.
Atividades Pré apanha
A entrada diária do pessoal responsável pelos diferentes galpões numa quinta é da maior importância, porque a qualidade das aves dependerá do cuidado com que entrarem nos galpões. Por este motivo, os trabalhadores devem ser impedidos de entrar nos galpões como habitualmente fazem: Rapidamente. Se este pequeno detalhe não for rigorosamente supervisionado, os animais percebem que há um elemento estranho dentro do seu habitat.
Portanto, começam a retirar-se em desordem, pois a presença de pelo menos uma pessoa irá pô-los em alerta e a sua reação natural é fugir, subindo para as costas dos seus companheiros, onde se agarram para evitar cair. Consequência: arranhões. Se estes se infectam, transformam-se em celulite, agravando a deterioração da pele. Além disso, as intensas pancadas que geram na sua ânsia de se afastarem desse elemento estranho, produzem hematomas nas asas e hemorragias no peito. Em suma, o bater é a ponta do Iceberg de Convulsão.
Recomendação:
Se o pessoal andar devagar como as aves, não se preocuparão e estarão nas casas calmamente. Este é o nosso desafio diário quando trabalhamos nelas.
Pré-abate – Apanhar e Enjaular
É do conhecimento geral que a apanha de pernas é o método mais traumático devido ao elevado grau de danos causados às aves. O primeiro destes resulta da volta de 180 graus que se dá quando as aves são capturadas com ambas as mãos e a posição é alterada de modo a que os trabalhadores caminhem até ao local onde se encontram as gaiolas para colocá-las no seu interior.
O resultado deste movimento é que algumas galinhas sofrem deslocamento da cabeça femoral na articulação com o acetábulo.
Este problema ocorre porque o fémur, devido à forma como está embutido na pélvis, tem apenas movimentos horizontais.
Como resultado, a rotação do osso da coxa em alguns casos sujeita o fémur a um movimento lateral que não é capaz de fazer. Quando este osso é deslocado, os vasos sanguíneos são rompidos e o sangue é depositado no seu trajeto, causando hemorragia.
A fim de reduzir este impacto na qualidade Grau A com a qual as aves devem chegar à planta, foi recomendado prender as galinhas pelo corpo, mantendo as asas ligeiramente pressionadas para o corpo, para que possam continuar a respirar normalmente. Contudo, se o ambiente escuro e silencioso não for preservado durante esta operação, as aves serão estressadas. Por conseguinte, baterão as asas e reunirão o bando para se sentirem seguras. Em suma, este método também não funcionará de forma satisfatória. As descomissões aumentarão, como mencionado acima.
A gaiola das galinhas merece cuidados especiais. Os frangos são egoístas por natureza. Uma vez dentro das gaiolas, se os novos companheiros de viagem não forem devidamente colocados dentro das gaiolas, também baterão as suas asas. Isto pode contribuir para o aumento das convulsões nesta parte do corpo.
Outro aspecto a destacar é o risco de utilização de gaiolas sem tampas. Esta condição favorece a morte de muitos pintos por fratura craniana e/ou choque hipovolémico, uma vez que os pintos são pressionados durante o momento de colocar estes contentores um em cima do outro.
Consequências: Condenação total.
O carregamento prolongado das gaiolas nos camiões e a ausência do equipamento adequado, para que os frangos permaneçam confortáveis durante o transporte e a espera na fábrica favorece a morte das aves devido ao stress térmico. Esta situação traduz-se em danos para as aves quando são retiradas das gaiolas para serem penduradas no transportador aéreo para abate.
Por esta razão, recomenda-se a monitorização sistemática do MICROCLIMA dentro da plataforma do caminhão, a fim de tomar medidas corretivas para evitar mortes maciças.
Processamento
Há uma série de pequenos detalhes na planta que levam a um aumento das condenações. Os exemplos incluem o seguinte:
- Pendurar na esteira de abate suspensa. Se toda a infraestrutura física e operacional – massageador de peito- não estiver completa e devidamente ajustada, ocorre uma intensa movimentação uma vez que as aves tenham sido colocadas nos ganchos. Esta reacção, como mencionado acima, resulta em contusões das asas e hemorragias no peito.
- Sequelas: Condenações parciais e/ou totais.
- Atordoamento. Quando este equipamento é devidamente instalado e com todas as suas implementações, as aves, uma vez que entram na banheira, devem colocar a cabeça na água e ficar imediatamente inconscientes.
Se o cenário não for adequado, o problema do PRE-CHECK com as suas onerosas consequências: movimentações intensas durante a passagem das aves através da banheira. Muitas delas não põem a cabeça na água. Por esta razão, elas emergem plenamente conscientes. As contusões nas asas e hemorragias no peito são exacerbadas. Todos estes efeitos sobre a qualidade das aves representam perdas parciais e/ou totais. Além disso, a carga de trabalho da pessoa após o abate é aumentada pelo número de frangos acordados que saem da cuba.
Como em muitos casos estas galinhas não atordoadas não conseguem sair dos ganchos à saída do atordoador, uma vez abatidas em resultado da dor intensa que sentem, mexem os ganchos e também batem muito as asas. Portanto, o túnel de sangria é outro local onde a qualidade dos frangos enviados para processamento se deteriora.
Escalda e depenagem
Estas duas operações estão intimamente relacionadas. Por conseguinte, devem funcionar como harmoniosamente, a fim de alcançar um elevado nível de eficácia durante a depena das galinhas. Mas em muitas plantas a realidade é diferente. Os frangos flutuam parcial ou completamente durante a sua escalda, porque as variáveis que regem esta fase não são devidamente graduadas. Quando as aves flutuam, as penas mais dificeis de remover estão localizadas nas asas e na cauda. Por esta razão, os folículos não se expandem completamente e, portanto, as penas não se descolam, uma vez que a proteína não é desnaturada, tornando possível a sua remoção relativamente fácil,
Do mesmo modo, se o calor externo do corpo ganho no escaldador não for retido a partir do momento em que os animais deixam o escaldador e entram e saem das máquinas depenadoras, a sua depenagem não será eficaz.
Na sua ânsia de melhorar a depena, aumentam a temperatura da água nas máquinas de depenar e também fecham um pouco mais as máquinas de depenar.
Resultados negativos a serem obtidos:
- Sobre – escaldagerm do peito.
- Derretimento da gordura subcutânea.
- Danos físicos as aves porque os módulos onde os suportes dos dedos estão localizados são mais fechados, aumentando o grau de atrito na pele, que tem diferentes espessuras e algumas áreas são mais fracas que outras, especialmente onde não há penas (Apterios).
Rendimentos
O rendimento seco de uma carcaça é estabelecido após a carcaça ser eviscerada, lavada, drenada e verificada a partir do aspecto de qualidade, segundos antes de ser retirada para o Pré-Chiler ou enviada para a área de arrefecimento por ar. Neste local, o rendimento pode variar entre 72% a 73,75% sem pescoço, dependendo de alguns pequenos detalhes que são sugeridos para serem monitorados em tempo real, para tomar as respectivas ações de modo a manter tanto as Condenações como as Perdas de Rendimento dentro dos parâmetros estabelecidos. Algumas situações são listadas abaixo:
Finalmente, se o peito tiver sido sobre dimensionado, a gordura derretida é observada sob a forma de espuma a flutuar em cima da água nos refrigeradores. Esta perda efetiva de rendimento da carcaça, os estudos determinaram que esta se situa entre 0,5% e 2,0%, afetando o resultado dos frangos processados.
Conclusões
No negócio dos frangos de corte, todos os fatores que aumentam as perdas e os que afetam o rendimento da carcaça com as suas respectivas miudezas devem ser monitorados.